O Feudalismo, que foi um modo de organização
político, social e econômico baseado na posse de terra (o feudo), começou a
sofrer mudanças a por volta do século XI. Os historiadores nomearam esse
período de Baixa Idade Média (séculos X - XV). Vejamos alguns aspectos que
contribuíram para tais mudanças.
è
Crescimento demográfico - estima-se que a população da Europa Ocidental no ano
800 era composta por cerca de 18 milhões de pessoas. Já no ano 1300 aumentou
para aproximadamente 50 milhões de pessoas. Isso aconteceu devido o menor
índice de mortalidade causado pela menor incidência de epidemias, pela
diminuição das invasões “bárbaras” e pela mudança nas guerras de disputas entre
os feudos (os cavaleiros usavam armaduras melhores e não objetivavam matar os
adversários, mas sim capturá-los em busca de um resgate).
è
Expansão das áreas de cultivo - com mais pessoas, se tornou necessário aumentar
a produção de alimentos. Para isso derrubaram mais bosques e florestas e
aterraram pântanos, abrindo mais espaço para plantação.
è
Aumento da produção agrícola - ocorreu devido ao aumento na quantidade da terra
cultivada e de pessoas para trabalhar na produção. Além do mais, nesse período
introduziram importantes técnicas agrícolas, como:
-
CHARRUA – arado de ferro que passou a substituir o arado de madeira, tonando-se
possível movimentar a terra com mais profundidade.
Charrua. Fonte: Boulos Junior, A. História, sociedade &
cidadania, 7ºano, 3ªed. São Paulo: FTD, 2015
- ROTAÇÃO
TRIENAL: dividia-se o terreno em três campos. Cultivava-se dois campos enquanto
o terceiro permanecia em descanso. Com isso, o solo produzia mais, já que era
possível fazer duas colheitas por ano.
Iluminura retirada do Livro das horas, c.1527.
Fonte:
Boulos Junior, A. História, sociedade & cidadania, 7ºano, 3ªed. São Paulo:
FTD, 2015
- MOINHOS DE VENTO E DE ÁGUA:
foram aprimorados, aumentando assim a velocidade e a qualidade da moagem dos
grãos.
Com o aumento da produção agrícola, a população melhorou
seus hábitos alimentares, melhorando a expectativa de vida das pessoas. Além do
mais, tornou-se possível alimentar um maior número de cabeças de gado,
aumentando, portanto, os rebanhos e a oferta de carne e de matéria prima para
artesanato, como lã e couro.
Porém, a mudança principal está na utilização dos gêneros
alimentícios e artesanais produzidos nos feudos. A produção, que antes era para
a subsistência, passou a ter excedentes, ou seja, começou-se a produzir mais do
que a comunidade precisava. Passaram então a vender aquilo que “sobrava”. Esse
movimento faz com que haja o que os historiadores chamam de RENASCIMENTO
COMERCIAL E URBANO.